Antes da DRE: o que ninguém te contou

Até a década de 1980, a contabilidade era feita dentro das próprias empresas — com profissionais internos, envolvidos diretamente na operação.

A partir dos anos 1990, especialmente no início dos anos 2000, muitas empresas passaram a terceirizar a contabilidade como uma medida de redução de custos.

Mas nas últimas décadas, esse modelo começou a se inverter. Grandes empresas passaram a reinternalizar a contabilidade, reconhecendo que o barato pode sair caro — e que delegar essa função é, na prática, terceirizar o coração da empresa.

Uma contabilidade bem feita não é apenas obrigação fiscal: é consciência de gestão, inteligência operacional e base para decisões estratégicas.

Antes de analisar uma Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), existem premissas que precisam estar bem estruturadas — e que quase ninguém fala com clareza.

Estamos falando de uma contabilidade bem feita.
Consequentemente, uma conciliação bancária rigorosa, um fluxo de caixa bem estruturado e um plano de contas inteligente.

Esses são os pilares que garantem que a DRE, quando surgir, não seja apenas um relatório — mas um reflexo fiel da operação.

Embora seja uma exigência legal apenas para empresas no Lucro Presumido ou Lucro Real, o plano de contas é indispensável em qualquer negócio — do vendedor de balas na esquina até uma empresa de capital aberto.

Não por obrigação fiscal, mas por consciência gerencial e governança corporativa.

É o plano de contas que permite ao empresário enxergar o que os números mostram — e, principalmente, o que eles escondem.

Antes de falar em lucro, é preciso falar em clareza.
Antes da DRE, vem a estrutura.